sexta-feira, 2 de maio de 2014

Nota de rodapé

³Desde que você foi, Marieta e o radinho de pilhas, que era do meu avô, dividem a cama comigo. É estranho porque Marieta não se mexe, de forma que o lençol está sempre estendido perfeitamente na manhã seguinte. Também é estranho porque Marieta não se levanta para matar os mosquitos que insistem em zumbir nos meus ouvidos, durante a noite. Acordo e vivo o dia, mas a noite é sempre mais complicada. Finjo que janto qualquer coisa, abro uma cerveja e volto para a monografia na tentativa de preencher a mente, já que o coração não pode ser preenchido. Por enquanto. E falta tão pouco para você deixar de ir que isso deixa o meu dia mais leve, embora, como eu disse, a noite é mais complicada. Estou aprendendo a conviver com a falta, apesar de ser quase tarde para essa nova adaptação.