sábado, 30 de maio de 2009


Você pode sentir o quanto preciso de você esta noite?

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Às vezes me assalta uma nostalgia do que eu não fui, do que eu não vivi, de músicas que hoje escuto e é como se tivessem feito parte do meu passado, mas não fizeram.
É quase meia noite e as palavras aparecem agora como água jorrando de uma torneira aberta, e não mais como pingos espremidos e lentos de uma torneira fechada, quase lacrada. Sempre fui da opinião de que o dia é feito para dormir e a noite para viver, mas toda a sociedade vai contra os meus princípios e agora eles não são muito válidos até para mim, mas sei do meu futuro, ou pelo menos tenho a ânsia de realizá-lo. Estou tentando pôr a culpa no dia pela minha falta de 'inspiração'? Que ironia! Não há a quem culpar, porque não há um fato, nem uma verdade, nem um conciliamento de ideias. Há só o nada, que não é mais suficientemente capaz de suprir minhas carências mentais.

Tenho medo de cair pra dentro de mim e não voltar. Mas o medo não é tão real assim, porque 'não sei viver, só sei lembrar-me'.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Eu preciso muito mais explicar as pessoas pra mim do que traduzir-me para mim mesma. Eu entendo a complexidade do meu inconsciente e sei que as surpresas que virão pela frente não vão ser tão surpresas assim. E quanto as pessoas, eu tento fingir que elas são bem menos conceituadas do que elas me falam, demonstram e pensam.



Bem, daqui a algum tempo -espero que não muito- nós vamos ter um trailer e largar tudo para viajar pelo mundo. Vamos apreciar a vida com risco e adquirir muito mais conhecimento do que milhares de pessoas no final de suas vidas. Eu ainda vou usar tênis e o cabelo descolorido, e vou acordar com a sua camiseta de manhã e preparar o seu café.
Quando a realidade pisar em nossos calcanhares a vida mundana vai nos puxar para si como qualquer coisa pegajosa e então eu vou amadurecer fisicamente, meus pés vão ser fortes e minha pele vai deixar de ser sensível. Vou parar de arrastar os pés e ser simpática de verdade com as pessoas. Vou levantar quando as cores do pôr do sol forem a paisagem perfeita para os meus olhos, colocar o meu sapato de salto alto, meu casaco azul marinho, prender o meu cabelo num rabo bem alto e pintar os lábios de vermelho. Vou trabalhar durante toda a noite no computador de abrir e fechar, branco, sem frescura nenhuma. Vou ter as unhas bem feitas e beber mais café. Vou voltar para casa assim que o sol começar a esquentar meus neurônios e encontrar você dormindo na nossa cama. Provavelmente ainda vai ser cidade grande e uma rotina filha da puta, mas o trabalho não vai ser entendiante e vai ser noturno. Aí alguém da minha atual realidade vai me encontrar na rua e me perguntar:
-Mas não era tu que afirmava com tamanha arrogância que as pessoas não mudam?
Vou apenas sorrir, com calma e simpatia e responder:
-Depende do ponto de vista o verbo mudar.
E então, quando tudo parecer confortável e antes do comodismo tomar conta de nossas vidas, nós vamos para o campo e o meu sapato de salto alto vai ser trocado por belos e confortáveis chinelos de pano e minha roupa vai ser larga e nós vamos cuidar das nossas árvores e das nossas vacas. Vamos escrever belos livros e compôr belas músicas, vamos ter filhos e eles vão ler tanto quanto nós e vão dizer palavras afetuosas e não vão comer carne.
Quanto tudo chegar ao fim, vai ser outro começo, com vinho, charuto e amor. E eu ainda vou olhar para as estrelas, junto de você, colocar as mãos nos bolsos do seu casaco e falar o quanto sou feliz.

domingo, 3 de maio de 2009

Olha como as coisas mudaram, os passos ficaram apertados e a música despoetizou. Já não é uma questão de sorte, de vontade, de conspiração. É só o nada que absorve tudo para si e eu já tornei-me pequena diante de tamanha força. Deixo levar, mesmo assim angustiada, mesmo assim com o silêncio e o pensamento de quem nada mais pode fazer.
Somos tão frágeis, de porcelana barata, sempre a se quebrar e a ser colada com um pedaço de fita mais barata ainda. Alguns chegam intactos aos 90, outros se quebram antes mesmo dos 20. Que se pode fazer? Até a noite anda assustando e as pessoas nas esquinas com o cabelo sujo e as roupas rasgadas, bem, elas também têm medo. Que se pode dizer? Há um limite de palavras que pode salvar a alma, outro limite que pode salvar a pele, mas quando os dois se vão, ah, já não sei mais.

-Me encontre em Mountauk.

sábado, 2 de maio de 2009

A gente sempre precisa de alguma coisa.

sexta-feira, 1 de maio de 2009