domingo, 15 de julho de 2012

IV

Penso em comprar um vinho bem doce depois que jantarmos. Quero sentar na casa do parquinho, mesmo que eu não saiba como o tempo está lá fora. É sempre friozinho no 20º andar. É que nunca me deu tanta vontade de sair pelas ruas com você, sabe? Essa coisa de relembrar me deixa um pouco eufórica. Minha memória não me trai quando a história se refere à primeira vez em que dissemos um para o outro, há quatro anos, que era tarde para voltar atrás. De fato, era.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

III

A verdade é que eu não só ficaria todos os domingos escutando Chico e lendo quadrinhos com você como desejo isso. Mas preciso tomar cuidado com os meus desejos, você bem sabe. Não sou mulher de querer. Quer dizer, quero o simples, mas por ser o meu simples logo fica complexo. Aprendi com você, amor, a deixar a sorte determinar os dias. E os dias têm terminado com cores tão suaves que só posso te dizer que isso se chama paz.

II

Essa noite você descobriu que meu corpo adverte quando estou prestes a ter algum pesadelo. Primeiro tive um espasmo na perna. Depois foi no braço. E então você resolveu me acordar. Nas duas vezes eu realmente estava iniciando um daqueles pesadelos hipotéticos que é impossível narrá-lo depois. Te agradeci por estar me livrando do meu próprio consciente (ou inconsciente?). Pensando nisso, antes, cheguei à conclusão de que ainda não consigo ter sonhos lúcidos, como você, mas dou um sinal real de quando as coisas não estão bem nos sonhos. E você me acorda. Simples assim. Claro que isso pode ser feito apenas quando você está aqui. E eu sei que seria um exagero pedir para que você me acorde por meio dos sonhos, mas trabalharemos para isso, ok? Vai que eu pegue uma virose de pesadelos quando o seu lado na cama estiver vazio...