quarta-feira, 23 de abril de 2008

Na verdade eu não sei o que se passa e pouco me importa saber. É só um rascunho por enquanto, uma base fixa que interessa somente a mim.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Apática e ao mesmo tempo tão dona de mim, dona dos meus medos e dos meus vícios, despejando a indiferença sem ter noção de comportamento ou estrago a longo prazo. Já é liberdade em proporção pequena. Não são mais as palavras que afetam o meu inconformismo e nem a minha falta de vontade que destrói os meus planos. É seco outra vez e a pimenta é doce, visivelmente. Contraditório e simples, mas eu vou formando e decidindo as coisas sem ter percepção. Ela só vem quando tudo está feito e não pode mais reiniciar.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A diferença é que existe o outro lado de tudo e esse outro lado está indisposto dentro de cada um. Não importa mais muita coisa e o céu está sempre azul mesmo em dias chuvosos e escuros. Se der eu arranco os fios da escuridão só para ter companhia para ler no escuro, mesmo se os fios não forem muito simpáticos. Questões não existem. A maioria das coisas hoje não é real e é só você fechar os olhos para perceber.
E quem disse que eu sinto, afinal de contas? Existe mais inconsciente dentro e fora de mim do que a própria realidade em si ou a construção dela. Vai ficando em alguma esquina não apenas os dias, mas tudo o que há dentro deles. Tenho apenas um sentimento e espero por esse período. Não costumo esperar. Dessa vez espero a minha própria vida- e melhor definição não existe.
Vai escorrendo como a água na bacia da pia e eu vou me intoxicando de meros vícios que somem com o final do dia- quando o dia então quer ter fim.
Já faz uns anos em cinco meses que o banco verde deixou de ser verde. A tinta descasca brutamente e as cores se perdem nos sapatos vazios que passam pela praça, diariamente. Eu não sei onde estou e onde estive durante todo esse tempo. Nem ao menos sei se fui carregada até aqui ou me dispus a vir sozinha com um copo na mão. E quem prova que o copo existiu também? E quem prova que alguma coisa em todo o seu contexto é, de fato, real?
Abandonei as verdades e certezas na noite em que a minha cabeça saiu do lugar pela primeira vez. E eu deixei de ter nostalgia para nunca mais a colocar de volta no lugar.
Apoderou-se de mim o que era nada e as cores do céu ainda me salvam antes de eu querer voltar a ser tudo no início da noite.