domingo, 3 de maio de 2009

Olha como as coisas mudaram, os passos ficaram apertados e a música despoetizou. Já não é uma questão de sorte, de vontade, de conspiração. É só o nada que absorve tudo para si e eu já tornei-me pequena diante de tamanha força. Deixo levar, mesmo assim angustiada, mesmo assim com o silêncio e o pensamento de quem nada mais pode fazer.
Somos tão frágeis, de porcelana barata, sempre a se quebrar e a ser colada com um pedaço de fita mais barata ainda. Alguns chegam intactos aos 90, outros se quebram antes mesmo dos 20. Que se pode fazer? Até a noite anda assustando e as pessoas nas esquinas com o cabelo sujo e as roupas rasgadas, bem, elas também têm medo. Que se pode dizer? Há um limite de palavras que pode salvar a alma, outro limite que pode salvar a pele, mas quando os dois se vão, ah, já não sei mais.

-Me encontre em Mountauk.