domingo, 18 de novembro de 2012

Tô só esperando, aqui na cadeira vermelha, no 3º andar. Tô só esperando as luzes dos prédios e das ruas serem engolidas pelos gritos do sol. Tô esperando com o vinho que eu não abri, com a carta que eu ainda não respondi, esperando uma espera, algum lamento, o surgimento de alguma história. E tudo surge debaixo desta janela, onde os carros nunca param de passar.
Tô só esperando essa poesia que não vem, os passos que não escuto no corredor, a lua que só aparece às 3h. Tô só esperando trocar o dia, a hora, o mês, o ano. Mas não troco de música. A Rita levou meu sorriso. E eu te perdi naquele bar que não vou mais. Só tava esperando outro bar aparecer. Mas quem não aparece mais é você.
Tô só esperando um outro começo para este mesmo texto. Espero sem pressa, porque não há espera pior do que aquela acompanhada pela ansiedade. E, enquanto espero, Rita segue tocando, matando amores e sorrisos.

M.B.