quarta-feira, 11 de abril de 2012

O sono se contorce nas pálpebras. É como se ele dançasse Nouvelle Vague, apenas as pontas dos dedos tocando a pele, amaciando-a, deixando dormente todo o resto, lentamente. Depois de duas horas o corpo pede cafeína. Cinco xícaras bem quentes do líquido escuro passam pela garganta sem que o gosto seja sentido. Não faz diferença se é açúcar em excesso ou a falta dele. Quando o estômago fica aquecido, a mente acorda, mas o corpo continua definhando. É como se jogassem um punhado de sal nos olhos. Eles ardem enquanto o sono continua com os passos improvisados. E nesta dança ele afasta a poesia, a prosa, a contextualização da realidade e as folhas secas de um outono que mal começou.