quinta-feira, 1 de março de 2012

Nuvens escuras engolindo o final de tarde, o sol do dia. Não chove e a senhora louca da casa azul caminha, de um lado do outro do pátio, como se dançasse, o cachorro vira-lata amarrado por uma corrente, deitado em frente a sua casinha de madeira velha. A avenida continua igual, só com um pouco mais de vento do que o normal, os mesmos carros passando, os mesmos ônibus parando, as pessoas entrando, a mesma música no ipod. A história não se repete, ela continua, mas com o mesmo repertório. E tudo, invariavelmente, termina com cerveja no final da noite, uns pingos grossos de chuva caindo no cabelo, uns passos calmos, uma ausência que canta baixo para não doer, a falta de sono que retorna, que fica, que vai, dando lugar a uns sonhos bons que estão na mente errada.