segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pizza gelada no café da manhã
Garrafas de vinho quebradas da noite anterior
Estrelas que caíram e se arrastam semi-mortas pelas ruas vazias de uma cidade cinza
Marca de sapatos pretos e lustrosos na calçada suja
Nuvens que não nasceram junto com o sol
Toca-discos que toca silêncio e repete repete por dias
Aviões que cortam o céu mas não podem cortar o silêncio
Rugas na frente do espelho na hora do almoço
E elefantes que hibernam no inverno mas não podem acordar no verão
Xícaras de café trincadas pela força do pensamento
E não era ódio. E não era amor. Não era nada.
Palavras que crescem e explodem e espalham fragmentos pelo quarto
Não são mais do que rabiscos vivos que matam o ar
E vomitam vomitam por mentes e bocas e músicas
E nunca se vão.E nunca ficam definitivamente.
A ponte quebrada sempre grita
E o desejo de voar nunca se afoga no infinito

Todos nós nascemos pra esperar
E não sabemos o que
Mas esperamos