quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O frio congelou todas as palavras que antes me mantinham aquecida. Sobraram apenas aquelas petulantes que mal formam uma frase. A melodia que tocava lá fora também foi congelada. Não há lua há tanto tempo que talvez ela tenha se despedaçado e virado esses flocos de neve que caem no telhado da minha casa.
As ruas dessa cidade cinza, 0ºC e uma infinidade de reticências. Como posso descongelar as palavras que preciso se nem ao menos a minha mente está livre deste frio? As incertezas estão, acordam comigo, escovam os dentes e caminham pelas calçadas escorregadias. As incertezas que sempre são tão egoístas e desenham o vazio dentro de mim. As incertezas que deixam o meu caminho mais fechado e silencioso.

"(...) e preciso bater a cabeça contra o vácuo generalizado quando quero explicar alguma coisa para alguém." Kerouac

Mas o "alguém" não tem sido mais do que o sol imaginário.