terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tinha solidão no mar, saudade, satisfação e paz. Tudo era uma mistura constante do que surge na vida e você pode afogar os problemas como pode se afogar nos problemas. É uma questão de saber lidar com.
Um barco passava lentamente no horizonte. Talvez fosse um navio. O mar nunca esteve tão azul. E meus olhos fixos no horizonte, mirando palavras, sentimentos, caminhos, dúvidas. É difícil falar em amor quando os olhos veem saudade. Saudade do tamanho da extensão daquele mar. E, pra mim, amor está ligado com saudade.
Não consegui separar os fatos dos motivos. Não consegui separar a menina da capa de chuva amarela da mulher do guarda-chuva vermelho. Tenho medo de perder as duas. E perdendo as duas o nada não seria mais uma espécie de tudo.

As palavras não podem mais fugir de mim. Não dá. Fico sem consciente. Fico sem contexto. Fico quase sem vida.

"...num equilíbrio perfeito, acontecia que se ele não tinha as palavras, tinha o silêncio." Lispector.

Mas o silêncio jamais chega a altura das palavras.