sexta-feira, 22 de maio de 2015

Notes from the couch XXXVIII

Às vezes eu me pergunto onde é que você foi parar, se está me espreitando quando passo pela passarela, se você também passa por ela, se é ela, se é ele no banco rachado do trem, se pede dinheiro, se pede moral, se pede um conselho. Às vezes eu me pergunto se ainda me pergunto se você existe, se insiste em me manter por perto, se eu estou longe de tudo o que sempre quis. Às vezes eu me pergunto se eu quis alguma coisa, se sou, se ainda estou, se esqueci de dançar, de pedir, de escrever. Às vezes eu me pergunto se deixar de escrever fez com você sumisse, fez com que você assumisse outra forma de viver. Às vezes eu me pergunto se já saímos da realidade e fui eu que não percebi.

E por que ela não está bem, quero te questionar. Quero me questionar. E por que ela não consegue. Quero entender. Mas nos voltamos todos para nossos silêncios.