sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Você vê uma parede onde eles enxergam a porta 
Você vê o abismo onde só existe a alma 
Você não vê o caos, porque só aprendeu a distinguir o simples 

Sou a parede branca e úmida que você não depositou a possibilidade 
Sou o abismo escuro, porque você não conseguiu chegar à essência 
Sou a noite, porque em mim você não quis o dia 

Você vê a doçura onde só há fragilidade 
Você vê a chegada onde nem sequer há caminho 
Você não vê a tragédia, porque só soube ver a superfície 

Sou a rendição sem pecado e a escolha sem opção
Sou a comédia no drama e o choro seco da realidade
Sou aquilo que você quis ver, mas não sou o que você vê 

Sou a projeção sem nunca ter sido imaginada.
Você é o oco que não consegue preencher.