Você vê uma parede onde eles enxergam a porta
Você vê o abismo onde só existe a alma
Você não vê o caos, porque só aprendeu a distinguir o simples
Sou a parede branca e úmida que você não depositou a possibilidade
Sou o abismo escuro, porque você não conseguiu chegar à essência
Sou a noite, porque em mim você não quis o dia
Você vê a doçura onde só há fragilidade
Você vê a chegada onde nem sequer há caminho
Você não vê a tragédia, porque só soube ver a superfície
Sou a rendição sem pecado e a escolha sem opção
Sou a comédia no drama e o choro seco da realidade
Sou aquilo que você quis ver, mas não sou o que você vê
Sou a projeção sem nunca ter sido imaginada.
Você é o oco que não consegue preencher.