quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Notes from the couch I

Palavras... ainda queimam em mim. Queimam há quase dez anos. Tortas, torcidas ou inventadas, mas queimam. Quando não queimam, eu mesma ateio fogo, insisto no fogo, tento fazê-lo renascer nas brasas. E depois nas cinzas. Ora queimam como se fossem fogo de palha. Ora queimam como o incêndio de uma cidade. E não há como saber a diferença por trás dos fogos. Não há como identificar os motivos. 
Apenas escrevo. E isto me basta. E, enquanto eu tiver palavras, continuarei a encher páginas, mesmo que sempre sejam somente para mim. Mesmo que morram ao final do dia. Renascem porque estão aqui. Porque vão continuar estando, mesmo quando o papel ficar amarelo. Mesmo quando dele sobrar o pó. Sobra o eu também. Mas mais do que o eu em palavras, haverá o eu nas entrelinhas, o eu que ninguém decifrará, até mesmo o eu daqui a dez ou vinte anos.