quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bochechas vermelhas e um pseudo-batom
Unhas roídas e uma música sem tom

Olhos que não vejo e o desespero ausente
Lábios cortados e as mãos dormentes

Um vinho na geladeira e certezas partidas
A cama desarrumada e histórias corrompidas

A boneca de porcelana e o que não foi quebrado
A roupa amassada e pensamentos angustiados

Praias calmas e mares que nunca gritam
Pés agitados e amores que se limitam

Poemas rasgados e excesso de cafeína
Sonhos amarelados e realidade que alucina

Um outono inexistente e um delírio inventado
Livros não escritos e um retrato embaralhado

O vazio mais vazio e a liberdade que transgride
Dois terços de princípio e o repertório que persiste

Nada a ser escrito e pouco a ser criado
Uma desistência sem cor e tudo a ser camuflado