segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Eu e a gata sentamos em minha cama nas tardes de domingo, enquanto todos estão correndo pelo parque ou contando sobre a festa da noite anterior. Eu leio alguns poemas do Bukowski, em voz alta, para ela. Sublinho os títulos de três ou quatro para reler mais tarde, antes de dormir. A gata tem nome de chocolate, mas gosta de danoninho. Depois de umas vinte poesias, eu levanto e caminho até a geladeira. Pego um danoninho e volto para o quarto. Ela mia. Como a metade e deixo o resto para ela. O focinho da gatinha fica todo branco e ela se lambe toda. Quando termina, se aninha no meu peito e eu leio mais alguns poemas. Depois pegamos no sono, enquanto o final da tarde fica colorido e as estrelas surgem bem de leve, o que já não consigo mais ver. Os passarinhos cantam. Ela não liga. Eu não ligo.

"Hora de ir embora, já afaguei o gato, me despedi de Deus e da Pomba, e quero deixar a cozinha hedionda em meio a um sonho dourado perverso." Kerouac