sexta-feira, 16 de setembro de 2011

(...) a estranheza de ver de uma distância mínima as faces, os poros da pele, os calos dos dedos e as maçãs dos rostos geralmente envergonhados de um outro mundo. Kerouac

Tudo o que quer, quando chega em casa tarde da noite, depois da rotina pesada de trabalho, duas doses de rum no bar da rua calma, é tirar o sapato de salto, a meia-calça preta, desamarrar o cabelo preso em um rabo de cavalo bem alto, tirar todas as peças de roupa, passar as costas da mão direita na boca, para que o batom vermelho saia, e deitar, nua, na cama com três cobertas. Precisa sentir na pele a textura do tecido macio, aquecer o corpo com o frio, inventar sonhos com a realidade e sorrir sem pressa, porque o dia pode estar longe de nascer.