quinta-feira, 17 de março de 2011

Olhos borrados demais.
Lábios vermelhos demais.
É tudo sempre em excesso.
Menos a cerveja que logo acaba.
Só restam os pingos quentes.

A lua volta, outra vez. É protagonista de um céu tão azul que intimida as estrelas. E o que a gente faz com essa noite que insiste em viver durante o dia? E estraga os fatos que nunca existiram. E faz os dentes ficarem cerrados, as costas tensas e os pensamentos sempre mais a frente do que podem ser pensados.
Encaixamos as palavras nesse emaranhado de frases desconexas. Novamente levantados nas manhãs quentes, lavamos o rosto com a água cheia de cloro, encaramos as olheiras que vivem naquele reflexo há não sei quanto tempo e desejamos sair intactos dessa situação.
Para onde foi o papel amarelado que era coberto por estórias e sentimentos que nunca morriam? Morreram. Morreram junto com a menina da capa de chuva amarela que se foi com a chuva. Quem diz que as pessoas são substituíveis é um idiota que pode ter razão.

Só mais um final de semana ou dois. A escassez de garrafas de vinho e latas de cerveja. O excesso de todas as outras coisas que não deveriam estar neste quarto.