terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O problema de todos nós é os vícios.
Somos mantidos pelas repetições.
E enjoamos. E arrumamos outra coisa para persistir.
O problema de todos nós é os interesses.
Só falamos com quem quer o mesmo que a gente.
E não nos importamos com o resto.
O problema de todos nós é a mediocridade.
Mentimos de um modo que não percebemos.
E isso mata a nós mesmos, lentamente.
O problema de todos nós é a chuva que cai.
Gritamos porque queremos o sol.
E quando o sol aparece pedimos o inverno.
O problema de todos nós é a crueldade.
Ela mora nos pulmões e sai pelo nariz.
E volta. E respiramos dela até de madrugada...

... nos sonhos.

O problema de todos nós é a solidão.
Ela nos atinge como se precisássemos dessa dose diária.
E vai embora quando já nos acostumamos com a presença.
O problema de todos nós é as expectativas.
Que sorrateiramente moram na nossa mente.
E atingem o nosso coração quando nos decepcionamos.
O problema de todos nós é as incertezas.
Elas fazem parte da vida quando nascemos.
E duram até o último suspiro.
O problema de todos nós é a sanidade.
Preservamos ela sem saber o mal que pode fazer.
Ela rompe a mente com a sua falsa filosofia.
O problema de todos nós é achar sempre um problema.
E fazer dele algo indestrutível e essencial.
E esquecer que ao redor de nós o mundo continua a girar...

... mesmo se priorizarmos as coisas erradas.


"(...) a experiência me fez adquirir um conhecimento bastante triste: a ignorância é ainda preferível." Rousseau