quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tinha o desejo de que todos a odiassem. Sabia que isso a quebraria. Mas precisava quebrar. Precisava rolar pelo chão como cacos, desmaiar e não ver mais o sol. Precisava quebrar pra, somente assim, descansar. Precisava escrever um carta contando tudo pra todo mundo, contando o segredo que não tinha, ou o segredo que inventara de si. Precisava correr pela praça longa, pelas ruas estreitas, pelas calçadas que já se deformavam com o passar dos minutos na madrugada.
A vida era também o desejo de destruição, a necessidade de perder para descobrir o que existe do outro lado do céu. E o céu que sempre foi azul e tinha cores no final do dia resolveu deixar apenas umas palavras pretas com um fundo cinza.
Ela não sabia o que queria mas também não sabia o que não queria.
Tanto faz no dia em que não tem estrelas. Nem lua. Nem palavras.