sábado, 24 de julho de 2010

A saudade voltou, entrou pela porta da frente e largou as malas no quarto. A bagagem é mais do que suficiente para cinco meses. Ocupou meu lugar na mesa da cozinha, bebeu chá com a minha xícara e ainda sorriu.
É sempre muito difícil aceitá-la e a dor é absurda nas primeiras semanas. Mas, logo depois, ela acaba se tornando a minha amiga mais íntima -só que volta e meia arruma uma faca e me ataca pelas costas.
Volta o vazio, o céu cinza, o abismo e as palavras rotineiras. O temporal não lavou nada de mim, hoje. Talvez amanhã.


Espero esse céu brilhar novamente
E que o vinho tenha algum gosto
E que as palavras não se afoguem nas lágrimas
E que os motivos continuem mortos

Eu só tenho vivido na espera de ver essa volta preencher a lacuna em mim.