terça-feira, 8 de junho de 2010

Eu sei que não é tão importante pra mim como é pra ela quando ela foge do meu abraço. Eu sei o peso das suas palavras quando ela sorri e me pede desculpas. Mesmo que tenha apenas dois anos e meio, sente a rejeição e sabe que todo o amor que lhe dão não pode substituir essa ferida. O que vem antes deixa um buraco maior. Não se pode substituir o azul turquesa do céu pelo cinza das tempestades, mesmo que o cinza dê paz. Não se pode repreendê-la na esperança de que ela entenda. Mas ela entende muito mais coisas do que está imposto nesse limite entre o físico e o sentimental.
Ela ama, chora quando não precisa e ri quando o certo seria gritar. Ela grita de felicidade e se atira no chão com tanta ânsia, talvez pensando que o chão seja o mar. Fala, fala com os seus amigos imaginários dignos de tanto amor quanto os seus pais.

E agora classifica a importância dos fatos e me diz: o que pode ser mais bonito do que um sorriso inocente?

Deixa a chuva cair pra ela fechar os olhos e sentir que o seu mundo é maior. E mais puro.