sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ando tentando me locomover sem as pernas, apenas com minha mente que já não chega nem no mínimo do meu limite.
Perdi o meu passado. Perdi os pensamentos alternativos e não-alternativos que me habitavam. Agora nada mais se acumula na minha mente a não ser os fatos do dia, mas quando eu vou dormir estes se apagam também. Desconfio que minha falta de memória seja resultado das noites, manhãs e tardes com bebida. O meu contentamento de ficar horas desconexa do mundo causou-me esse branco mental que não colore e, de alguma forma, só fica mais vazio com o passar do tempo. Não há volta. Não há solução. Não há mais pensamentos e eu não consigo separar o lado bom do lado ruim disso. Já estou fraca. Parece difícil comparar minha mente a meu coração e eu sei que ele não mudou. Poucas mudanças ocorrem em mim e eu lamento quando acontecem.

Alguém se sentou perto de mim e o cheiro de talco invade o ar. Ela não pode usufruir do meu talco. Ela não pode ter essa audácia de me encarar com os olhos tentando me ler. Eu sou incoerente, não percebe?