terça-feira, 26 de abril de 2016

Nesse encontro, alguma coisa se perdeu. Alguma coisa que tento e tento e tento colocar em palavras, mas nunca consigo. E é um sofrimento diário tentar identificar a coisa que partiu quando me encontrei. Agora há o sofrimento pela falta de sofrimento. E a lucidez de ter um corpo e assumir esse pertencimento de mim mesma, sem qualquer possibilidade de fuga ou de negação. 

Sou tanto vazio. 

Sou tanto vazio que em alguns domingos me sento no meio da sala também vazia e meu coração se agita e minha boca se cala. Meu corpo fica inquieto com tanto vazio. 
Sou tanto vazio que às vezes choro só para que o vazio saia um pouquinho com as lágrimas.
Sou tanto vazio que às vezes transborda vazio. E não há nada de ruim nisso. O próprio vazio se equilibra em mim.