sempre penso se vou encontrá-los novamente
e se, ao encontrá-los, ainda terei vontade de matar
ou se correrei de medo, os olhos arregalados
sempre penso se eles irão me reconhecer
e se colocarão outra vez a faca na minha barriga
cortem a minha barriga, vão em frente, eu diria
de qualquer forma, vocês já cortaram o meu coração
sempre penso se um dia eles entrarão no ônibus
e se, ao encontrá-los, eu gritarei a plenos pulmões
ou se falarei calmamente: vocês arruinaram a minha paz
sempre penso o que eles vão roubar da segunda vez
e se deixarão comigo o peso da fraqueza de existir
roubem as minhas memórias, vão em frente, eu diria
de qualquer forma, vocês já roubaram o meu futuro