sábado, 14 de setembro de 2013

Faço poesia com o corte que você deixou na minha barriga
Te acuso no meio da tarde, no meio da rua
Te acuso no meio da minha vulnerabilidade

Todos te olham e ninguém diz nada
É como se não te vissem ali
Como se você fosse minha imaginação

Você me olha e não diz nada
Vejo maldade nos teus olhos escuros
Quero correr para eles e arrancar a tua pele com as unhas
Mas não tenho um milímetro de unhas além da carne

Minhas mãos, despreparadas e trêmulas, arranham o ar
E a falta de ar que enche meus pulmões....
a falta de ar me faz parar de gritar que precisam te pegar

O que fica é a minha loucura
Forte como eu jamais pensei que pudesse ser
E a tristeza jorrando para cima
Até se diluir no calor da tarde