terça-feira, 23 de abril de 2013

De manhã, quando abro os olhos e encaro o teto branco, a realidade acorda dentro de mim como se um balde de água fria invadisse os meus órgãos. Nunca me foi refrescante, nem no verão. Estou ciente dela, meus olhos a veem, mas a mente está ainda presa aos pesadelos – frutos de uma noite inteira de construções esculpidas à mão. Fico assim, dividida. A água não me repele. Quem me repele são os pesadelos. Preciso afogar a realidade e os pesadelos em uma xícara de café forte, antes que seja eu que saia afogada.