sábado, 14 de maio de 2011

Duas garotas perdidas na noite. Não sabem disso. Chegam ao ponto de ônibus com copos de plástico na mão, depois da faculdade, gargalham alto e tentam abafar o som, carregam bolsas pesadas nos ombros. Drogadas ou bêbadas... que diferença faz? Deve ser vodca no copo. Deve ser histeria na mente. Na vala comum. Falam de amantes, lugares e erros. Falam de morte.
Luto para passar pelo corredor e chegar ao banheiro, nas sextas. Elas duas sentadas no chão do ônibus, um brilho absurdo emanando dos olhos, dentes brancos perfeitos e expostos. Não oferecem companhia. Apenas pedem para alguém abrir a porta para mim. Não voltam para casa naquela noite. Nem na próxima. Nunca voltam.

Sorrisos que choram.
Lágrimas que sorriem.
É ironia falar da incoerência.

Tudo é engraçado se tem algum sentido. Vai ver que é por isso que eu não acho graça em nada.