domingo, 28 de fevereiro de 2010

De cerveja à tequila. Ela e eu. E a lua se fazendo torta. Aquele dia a lua estava torta e não era efeito do álcool. Teria sido uma noite perfeita se não fosse esse detalhe. Alguma coisa sempre tem que se fazer de torto, estrangular os fatos ou estragar o sorriso. Mas que graça teria uma perfeição?

Na ponte não tem proteção. Tem só o perigo olhando pra mim. E meus lábios sentem o gosto. E meus olhos brilham. Do medo à coragem. Da vida à morte. Do voo à queda.
Garçom, traz outra cerveja importada que hoje eu só saio daqui carregada, com os lábios borrados de batom vermelho e o salto quebrado.
Garçom, aquela menina ali me olha e tem vazio nos seus olhos. Não conta que eu escrevi o nome dela no espelho do banheiro. Não conta que essa música é horrível pra trilha dessa noite. Não conta que meu vocabulário está errado. Conta só que, que, que eu não sei porque vim parar aqui. E não sei pra onde ir. E não sei da onde vim. Só sei dessa cerveja aqui que não desce mais. Traz um vinho.


"As noites, passava-as numa anestesiada inconsciência." London