quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Queria falar 'fim' sem chorar ou estragar a maquilagem.
Queria acreditar que depois do fim surgiria repentinamente o começo.
Mas o que era o começo senão o próprio caminho para outro fim?

O que era o começo senão

o desdobramento de uma fé desacreditada,

de um sonho manchado,

de outra estrada com pedras e flores e árvores seguida do abismo?

"Sob céus de um passado sem começo seguem em direção a um futuro sem fim." Kerouac

Nós. Eu e ela. Assim como a chuva e o sol e ao mesmo tempo como a noite e a solidão. Eu o começo, ela o fim. Um não existe sem o outro. O outro não existe sem um. A desgraça e a felicidade embalados pelo mesmo pranto, pelo mesmo riso, com a mesma trilha sonora.

Ela era a menina da capa amarela que não se cessa essa noite.
E eu, o que eu era? O que eu ainda vou ser?