quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Ela tinha uma meia listrada e sempre a usava nas viagens e momentos importantes. Era uma espécie de meia da sorte mas ela não queria admitir tal fato, soava idiota demais. Claro que ela não sabia quais seriam os momentos importantes, mas sentia, sentia com tanta intensidade que a primeira coisa que pensava era na meia. E a meia sempre lá, ano após ano, furada e costurada uma porção de vezes, quase sem cor, mas sempre presente.

Talvez a meia passasse de geração em geração como uma joia rara de família.
Talvez ela pegasse fogo.
Talvez ela morresse.
Talvez ela virasse pó.
Talvez ela...
Só talvez.