domingo, 22 de maio de 2011

"Fuja comigo e navegaremos pelo mundo. O som das nossas vozes nos fez esquecer tudo. Andamos pelo estádio e ternamente você conta sobre o livro mais triste que você já leu. Isso sempre te faz chorar. Queria que você estivesse aqui comigo para passar o fim de semana maçante. Te beijo na testa na sombra do trem. Oh, fuja comigo e escolheremos algo empolgante. E no oceano há um peixe que tem um desejo secreto. O desejo de ser um cacto com uma flor rosa sobre ele. Conte à Verônica o segredo do garoto que você nunca beijou. Venha para casa me manter longe dessas noites sem dormir."

E quando todo aquele silêncio de sexta à noite é quebrado, inesperadamente, se transforma em ruídos ininteligíveis. Não chora, mocinha, a casa de madeira não está caindo. E você precisa disso para continuar indo em frente e suportar o excesso e a falta. Meu pai disse que eu sou bonita quando estou de ressaca, mas eu esqueci de dizer que a ressaca nem veio dar bom dia e mandou a melancolia no lugar. Como é que se dorme sem esses sonhos malditos?
Goteja água suja da torneira do banheiro. O computador começa a surtar a essa hora. Penso se é o reflexo da mente. Perfeito demais. A sintonia não pode durar tanto. Cerveja bonita em copos de vidros. Não sei brindar. A falta de criatividade nunca foi rotineira, mas a falta de desejos... bem, estou surpresa com a volta das expectativas. Era para falar na terceira pessoa do singular? Esqueci. Bebi mais informações do que podia e acabei engasgando. Você entende? Essa frase virou gíria para mim. Passou da uma. Como é que se dorme com a insônia deitada na minha cama?