quinta-feira, 22 de julho de 2010

As ruas dessa cidade vão se colorindo de cinza e já não se pode saber há quanto tempo a lua morreu. Dos sentimentos e dos pensamentos sobrou a vaga sensação de um afogamento. Os olhos continuam inertes, os cadernos continuam cheios, mas há essa falta que nunca some e nunca se preenche. As pessoas caminham com a cabeça baixa, os ombros pesados, os pés tão gelados que mal podem ser sentidos. Da janela do meu quarto vejo a calçadas molhada e as pegadas na lama que nunca somem.
Não há mais uma linha que separa as incoerências das coerências. Nesse céu, tudo se misturou. Tudo menos as palavras que não nascem e não morrem, brincam eternamente nesse jogo em que só há um jogador que é mau: elas.