Assistia o primeiro capítulo de uma novela e o último. Dizia que o meio não interessava, as pessoas fingiam se importar, mas no fundo não tinha significado. Os finais são previsíveis, tanto em novela como na vida, mas as pessoas apenas nutrem insegurança e preocupações pra provarem para si que estão vivas.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Guardava tudo em caixas, rotuladas e lacradas. Muitas vezes eu via algo queimando da janela da minha casa, mas só um tempo depois descobri que o que ela queimava eram os seus pensamentos.
- Como assim você queima seus pensamentos, menina da capa de chuva amarela?
- Eu tiro eles de mim e os queimo, simples.
Mas eu não conseguia. Eu nunca consegui queimar meus pensamentos. Pra ela era tão fácil, era como caminhar. E pra mim tudo era difícil, lento, torturante. Não sabia imitá-la e eu queria muito! Às quatro da manhã sentia um cheiro de pizza e era ela, na casa ao lado, assando uma, duas, três ou quatro pizzas para si. E ela nunca engordava. E ela nunca ficava velha. E ela nunca crescia. Maldita, maldita, ela nunca engordava. Ela podia comer elefantes que não engordaria.
Como eu faço pra parar de escrever sobre ela? Não se pode pôr ponto final quando se trata dela. Não se pode escrever fim nem colocar reticências. Não se pode parar. E ela me domina e me humilha apenas com o som da sua própria voz. Não se pode... parar.
- Como assim você queima seus pensamentos, menina da capa de chuva amarela?
- Eu tiro eles de mim e os queimo, simples.
Mas eu não conseguia. Eu nunca consegui queimar meus pensamentos. Pra ela era tão fácil, era como caminhar. E pra mim tudo era difícil, lento, torturante. Não sabia imitá-la e eu queria muito! Às quatro da manhã sentia um cheiro de pizza e era ela, na casa ao lado, assando uma, duas, três ou quatro pizzas para si. E ela nunca engordava. E ela nunca ficava velha. E ela nunca crescia. Maldita, maldita, ela nunca engordava. Ela podia comer elefantes que não engordaria.
Como eu faço pra parar de escrever sobre ela? Não se pode pôr ponto final quando se trata dela. Não se pode escrever fim nem colocar reticências. Não se pode parar. E ela me domina e me humilha apenas com o som da sua própria voz. Não se pode... parar.
Não sei em que parte termina a terceira pessoa do singular e começa a primeira. Tanto faz, afinal.
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